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Espanha e Reino Unido adotam tratamento que reduz a radioterapia de sete semanas para 35 minutos

BBC Mundo, com adaptações (Tradução: Jônathas Oliveira)
06/02/2015
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Uma técnica que reduz o prazo de radioterapia de sete semanas para uma sessão de apenas 35 minutos, em casos concretos de câncer de mama, já é aplicada com sucesso na Espanha e no Reino Unido.

A chamada "radioterapia intra-operatória" (IORT por sua sigla em inglês), que começou a se desenvolver no final dos anos 90, consiste em aplicar a cirurgia que remove o tumor e aplicar a radiação diretamente no leito tumoral (ponto onde se encontra o tumor), em que o cancro cresce em 90% dos casos.

De acordo com a doutora María Jesús Pla, coordenadora da Unidade Funcional de Mama do Hospital Universitário Bellvitge e do Instituto Catalão de Oncologia, o principal benefício desta técnica é que ela “garante as mesmas taxas de sobrevivência dos métodos tradicionais, entretanto, melhora a qualidade de vida do paciente”. Atualmente, o hospital espanhol é o único que faz uso da aplicação em seu país.

Pla e seus colegas explicaram que, em pacientes com câncer de mama que possuem tumores abaixo de dois centímetros, o método pode ser utilizado sem a necessidade de novas sessões de radioterapia convencional. “Essa aplicação pode ser feita em 30-35% dos pacientes com câncer de mama”, acrescenta a especialista.

Tumores maiores

De acordo com a experiência de Pla, a nova técnica pode ser combinada com a radioterapia externa convencional para as pessoas que possuem tumores acima de dois centímetros: “Nestes casos específicos, o tempo de tratamento pode ser reduzido para dez dias", explica a profissional.

A nova técnica promete também proporcionar benefícios maiores em termos de efeitos colaterais como a redução de elementos tóxicos no corpo do paciente, que podem danificar vários órgãos. Somado a isso, os impactos estéticos nos pacientes também são menores, o que pode ajudar a melhorar o humor durante o tratamento.

A radioterapia intra-operatória surgiu graças a estudos realizados nos Estados Unidos e na Europa. A ideia dos especialistas agora é avançar nos estudos de tratamento de câncer, com métodos cada vez menos agressivos e características ainda mais específicas.