MANUEL DIAS DE ABREU

Inventor de método para radiografar pulmão morria há 53 anos

Márcia Dias/ABr
02/02/2015
MANUEL DIAS DE ABREU

Há cinquenta e três anos morria no Rio de Janeiro o médico e cientista Manuel Dias de Abreu; o inventor da Abreugrafia.

Pelo invento recebeu pelo menos cinco indicações para o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, embora nunca tenha sido laureado.

Após concluir o curso de doutorado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1914, Manuel Dias de Abreu se mudou para a França, onde foi diretor do laboratório de Radiologia da Santa Casa de Paris. Nesta época iniciou as pesquisas sobre fotografia dos pulmões.

Em 1921 publica uma obra pioneira sobre a interpretação radiológica das lesões pulmonares. No ano seguinte retorna ao Brasil e assume a chefia do Departamento de Raios X da Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose, no Rio de Janeiro, onde intensifica as pesquisas de radiografias do tórax sem grandes resultados. Mas ele não desiste de suas ideias.

Em 1935 com o aprimoramento da ciência da fotografia, Abreu retoma as experiências e desenvolve um método rápido e barato de tomar pequenas chapas fotográficas dos pulmões, que facilitavam o diagnóstico, tratamento e profilaxia da tuberculose e do câncer de pulmão.

Era a invenção da abreugrafia, que recebeu esse nome em homenagem ao cientista. O invento foi reconhecido em 1936 pela Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e depois adotado universalmente.

Manuel Dias de Abreu lecionou Radiologia em inúmeras instituições científicas do Brasil e do exterior e foi membro das mais importantes organizações médicas do mundo. Foi cavaleiro da Legião de Honra da França e detentor de inúmeros prêmios, entre eles a medalha de ouro que recebeu nos Estados Unidos em 1950 como médico do ano do Colégio Americano de Médicos do Tórax.

Manuel Dias de Abreu está, ao lado de Carlos Chagas, Vital Brasil e Osvaldo Cruz, entre os grandes vultos da medicina brasileira. Ele morreu em 1962, vítima de câncer de pulmão, possivelmente por causa do hábito de fumar. Em maio de 2012, em homenagem aos 50 anos de sua morte foi lançada, pela Sociedade Paulista de Radiologista, a biografia "O Mestre das Sombras: Um Raio X Histórico de Manoel de Abreu", escrita pelo jornalista e historiador Oldair de Oliveira.