CURIOSIDADES

As radiografias e a indústria musical da antiga União Soviética

Jônathas Oliveira/Assim CONTER
30/09/2016
CURIOSIDADES

Em 1950, o mundo acompanhava em choque a Guerra Fria que era travada entre os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Na época, a indústria musical da URSS era controlada pelo estado, que não permitia a entrada de produções ocidentais em seu território. Como era difícil obter cópias de discos de vinil, a solução alternativa foi gravar as músicas nas radiografias que eram descartadas nos hospitais.

Surgiu então a chamada “bone music”, de modo que esses discos ficaram conhecidos como “ossos” ou “costelas”. Apesar da baixa qualidade e rápida deterioração, o material era barato e custava, no mercado negro, um rublo contra cinco rublos de um disco oficial. Houve até mesmo uma rede de distribuidores dos discos radiográficos, a Roentgenizdat.

Dessa forma, as técnicas radiológicas utilizadas na radiografia serviram de ponte para a distribuição de diversas gravações do ocidente, incluindo o rock’n roll. Confira algumas músicas que foram gravadas nas radiografias.

E nos dias de hoje, o que fazer com as radiografias usadas?

O Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, criou um programa de coleta para a reciclagem de radiografias usadas. Isso porque as radiografias e agentes químicos usados no processo de revelação possuem metais pesados em sua composição e não podem ser descartados em lixo comum, sob o risco de causar contaminação humana e do meio ambiente. Sendo assim, conscientizar e buscar o diálogo com as unidades de saúde é fundamental.

> Veja como é o processo de reciclagem.