TRATAMENTO ONCOLÓGICO

Pacientes inquietos devem tomar sedativos durante a radioterapia

Naum Carlos
13/06/2018
TRATAMENTO ONCOLÓGICO

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), haverá cerca de 600 mil novos casos de câncer no Brasil no biênio 2018-2019 e a radioterapia é um dos principais métodos de tratamento da doença, seja de forma exclusiva ou auxiliar, quando é associada à quimioterapia. A técnica consiste em uma dose pré-calculada de radiação ionizante, aplicada em um volume do tecido que engloba o tumor, a fim de eliminar as células tumorais, buscando causar o menor dano possível às células saudáveis circunvizinhas.

Segundo Priscila Guedes dos Reis, técnica especializada na área, a radioterapia é indicada como tratamento dependendo do local onde ocorre o câncer e a sua agressividade. “Entre as partes mais comuns estão próstata, mama, reto, cabeça e pescoço (língua, boca e esôfago, por exemplo) e metástase óssea (de forma paliativa, para diminuir o sofrimento do paciente)”, enumera a carioca.

Os efeitos colaterais podem variar desde descamação e vermelhidão até pequenas queimaduras e lesões na região onde é feito o tratamento. “Geralmente, os pacientes que tratam de câncer de próstata relatam ardência ao urinar”, conta a técnica concursada do Inca. “Já no caso do tratamento de mama, são as queimaduras nas dobras dos seios, que são os efeitos mais evidentes. Em cada região há efeitos diferentes”, completa. 

Entre as contraindicações estão os pacientes que não conseguem ficar parados durante o procedimento, como é o caso dos portadores do mal de Parkinson. Já os claustrofóbicos podem encontrar dificuldades em usar a máscara imobilizadora, que auxilia na marcação dos pontos para onde deve ser direcionada a radiação. Nesses casos, o médico tem a opção de administrar sedativos no paciente, bem como naqueles que não conseguem ficar deitados na máquina devido às dores decorrentes do câncer ou de outra origem.

Os profissionais das técnicas radiológicas

“No jogo da radioterapia, o médico faz o meio de campo, selecionando o tratamento adequado para cada paciente, e o técnico é quem marca o gol”, explica Priscila, que ressalta a importância do profissional da radiologia não só na boa execução da terapia, mas também no acompanhamento da evolução do tratamento. “ Sem o técnico, a radioterapia não acontece”, pontua.

Excetuando-se dos tecnólogos, que já se graduam aptos a executarem a técnica, os técnicos devem fazer um curso de especialização para atuar na área. Entre os principais formadores do país, está o Inca e a Fundação do Câncer, ambos situados na capital fluminense e parceiros no Programa Nacional de Formação em Radioterapia, que, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), tem como objetivo complementar a capacitação e a atualização dos profissionais da radioterapia.