MARANHÃO

São Luís ganha Centro de Processamento Celular para realização de transplante de medula óssea


30/12/2017
MARANHÃO
 
Nesta sexta-feira, 15 de dezembro, será inaugurado o primeiro Centro de Processamento Celular - Rede BrasilCord (CPC) do Maranhão. A unidade, localizada nas dependências do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (Hemomar), permitirá a seleção e preparo de materiais para a realização de transplantes de medula óssea no Estado, servindo como base para que seja desenvolvido o Centro de Transplantes de Medula Óssea na região. Desta forma, os pacientes não vão precisar viajar longas distâncias para o procedimento e aumentam as chances de localizar material compatível para doação no Brasil e no exterior. Uma iniciativa do Ministério da Saúde, o CPC de São Luís é o 14º a ser inaugurado no país, com gestão da Fundação do Câncer, supervisão técnica do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e financiamento total do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

Com investimento de R$ 7 milhões, o Centro terá capacidade de armazenamento de 3.623 unidades de sangue de cordão umbilical. “Este será mais um serviço inédito ao alcance de todos os maranhenses. A instalação do CPC amplia o tratamento ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e aumenta a chance de cura de pacientes com doenças hematológicas, como cânceres das células sanguíneas. Crianças e adultos serão salvos a partir do armazenamento das células-tronco”, afirmou o Secretário de Estado da Saúde do Maranhão, Carlos Lula.

De acordo com a gerente do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços de Saúde (DECISS) do BNDES, Marcia Garcez, a colaboração começou em 2006, dada a relevância da operação. “Desde então, já foram celebrados três contratos, com recursos não-reembolsáveis, totalizando R$ 59,1 milhões. O terceiro é referente à etapa atual, com a inauguração dos CPCs do Maranhão, Manaus e Campo Grande. Este é um projeto muito valorizado pela instituição, com bons resultados junto à Rede BrasilCord. É prioridade do Banco, por meio do Departamento, apoiar serviços voltados à saúde, que melhorem o atendimento da população e promovam redução de custos para o Ministério da Saúde”, disse.

O coordenador da Rede BrasilCord, Luis Fernando Bouzas, acredita que o novo Centro complementa a busca por doadores para transplantes em pacientes que não têm doador familiar. Para ele, é uma forma de aumentar a representatividade genética da população brasileira. “O CPC, além de armazenar amostras doadas de sangue de cordão umbilical, é um laboratório de processamento de células-tronco capaz de suportar atividades de transplante naquela região. Tudo isso é um incentivo para o desenvolvimento e construção de centros de transplantes no Norte e Nordeste. A partir de agora, a base está lançada”, reforçou.

O novo Centro abrirá uma perspectiva sem precedentes na região para tratamento de diversas doenças hematológicas, como leucemias, linfomas, aplasias de medula, e até algumas anemias hereditárias, e será também um novo eixo de treinamento médico, de pesquisa e terapia celular. Segundo o diretor da unidade, o hematologista clínico Marcelo Arruda, vai motivar também a criação de grupos médicos permanentes para realização de transplantes. “Será um grande benefício e esperamos que dentro de, no máximo, um ano, estejamos realizando o primeiro transplante de medula óssea aqui, com profissionais locais e capacitados. Pacientes que antes viajavam para revisão pós-transplante poderão também ser tratados aqui”, disse.

Um dos responsáveis pela implementação do Projeto, o gerente de projetos da Fundação do Câncer, Marson Rebuzzi, conta que o Centro contará com equipe formada por biomédicos, enfermeiros e hematologistas. “A sociedade ganha muito com esta inauguração. Equipamentos e tecnologia de última geração e uma equipe altamente qualificada que recebeu treinamento no Inca, no Rio de Janeiro, com supervisão do médico Flávio Henrique Paraguassú-Braga. Estamos muito orgulhosos em poder entregar à população essa joia rara, que salvará muitas vidas”, finalizou.
 
Sobre o Centro de Processamento Celular – Rede BrasilCord

Realiza o processamento e a criopreservação de células-tronco obtidas de três fontes principais: do sangue periférico por aférese, da medula óssea por punção e aspiração e também do sangue de cordão umbilical e placentário. As células-tronco são essenciais para o transplante, pois são a matriz regeneradora de todos os componentes do sangue e por isso permitem o tratamento de diversos tipos de doenças hematológicas (leucemias, linfomas, aplasias de medula e algumas anemias hereditárias), entre outros.
Criada em 2004, a Rede BrasilCord possui atualmente 13 CPCs, localizados em Belém (PA), Brasília (DF), Campinas (SP), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP), Lagoa Santa (MG), Rio de Janeiro (RJ), além de dois em São Paulo (SP).
 
Sobre a Fundação do Câncer

A Fundação do Câncer é uma instituição privada e sem fins lucrativos que, há mais de 25 anos, realiza ações estratégicas para o controle do câncer por meio da gestão, prevenção, assistência, pesquisa e difusão de conhecimento. Tem atuação direta na assistência com o Hospital Fundação do Câncer, no Rio de Janeiro, que foi projetado para ser um centro de referência em oncologia no país. A unidade oferece atendimento humanizado e tecnologia de ponta, com estrutura de serviços disponível em um só lugar.

Na área de educação, a Fundação é responsável pelo desenvolvimento do Programa Nacional de Formação em Radioterapia, em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca), contemplado no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), do Ministério da Saúde.

A instituição também tem parceria com o Inca no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e no projeto de expansão da Rede Brasileira de Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (Rede BrasilCord), e com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no Programa de Oncobiologia.