ILHA DOS RADIOLOGISTAS

Entrevista concedida pela presidenta Valdelice Teodoro para o site RadiaçãoNews

Laércio Tomaz/Assessoria de Imprensa
15/03/2011
ILHA DOS RADIOLOGISTAS

 

Entre os dias 28 e 30 de outubro de 2011, a Ilha de Florianópolis/SC vai receber o IV Congresso Nacional e o I Intercâmbio Internacional dos Profissionais das Técnicas Radiológicas. De acordo com o Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER), que promove o evento, nesta edição, são esperados mais de dois mil participantes, entre auxiliares, técnicos e tecnólogos da área, que além de ter a oportunidade de assistir e participar de palestras e debates com especialistas de renome mundial, vão conhecer melhor uma das cidades mais belas do Brasil. O objetivo do evento é apresentar novas descobertas científicas, discutir tecnologias, incentivar a produção científica, o intercâmbio de idéias e promover o encontro entre profissionais de todo o mundo. Veja, nesta entrevista com a presidente do CONTER, TR. Valdelice Teodoro, mais informações sobre o Congresso.

Por que o CONTER realiza o Congresso?
Um dos principais objetivos é garantir a educação continuada dos profissionais das técnicas radiológicas. A radiologia tem evoluído muito rápido. Novas tecnologias surgem a todo tempo e podem ser aplicadas em diversas áreas, tanto na saúde quanto em outros setores econômicos. Realizamos o Congresso para evidenciar tópicos atuais e relevantes, para que os profissionais brasileiros se atualizem e estejam preparados para absorver as novas tecnologias que surgem na nossa profissão, em todo o mundo.

O que os participantes podem esperar do evento?
O tema desta quarta edição é “A evolução educacional na sustentabilidade da profissão”. Queremos enfatizar a importância da educação continuada para o profissional das técnicas radiológicas. Teremos palestras com especialistas, com temas de interesse geral e minicursos voltados às áreas específicas das técnicas radiológicas. Contaremos com a presença de palestrantes de outros países, como EUA, Argentina, Bermudas, Portugal e Austrália, o que será importante para conhecermos pontos de vista diferentes. Haverá também apresentação de trabalhos técnicos, pois uma das áreas prioritárias para o CONTER é a pesquisa.

Quais temas serão prioritários nas palestras e minicursos?
A formação dos profissionais das técnicas radiológicas, infelizmente, ainda é voltada para o Radiodiagnóstico, que não passa de apenas um dos muitos ramos da radiologia. Há diversas outras áreas, como a Radioterapia, a Hemodinâmica, a Radioisotopia, a Medicina Nuclear e a Radiologia industrial, que também estão crescendo, evoluindo e precisam de profissionais preparados. O mercado exige profissionais com conhecimento mais amplo, que saibam sobre proteção radiológica, Anatomia, Fisiologia e outras sub-áreas da profissão. Hoje, desconsiderando-se exceções, as especializações são muito poucas, raríssimas, tudo precisa ser aprendido na prática. Por isso, realizamos eventos deste porte, para na busca de uma inversão de paradigmas.

Qual o saldo das três primeiras edições, realizadas em Brasília (2005), Belo Horizonte (2007) e Curitiba (2009)?
Os três primeiros Congressos foram excelentes e cumpriram bem o objetivo de levar uma nova perspectiva aos profissionais das técnicas radiológicas. A cada ano, conseguimos mobilizar um número maior de participantes, tanto que esperamos bater um novo recorde de público em 2011. A experiência dos primeiros eventos nos torna capazes de fazer edições cada vez melhores, combinando embasamento científico com teor de novidade para os participantes. Começamos apenas com palestras, em 2005 e 2007. Depois, criamos os minicursos, em 2009, que foram um sucesso tão grande que repetiremos nessa edição. Neste ano, não ficará por menos, vamos surpreender o nosso público.

A senhora citou a falta de cursos de especializações como um problema enfrentado pelos profissionais da área, que acabam tendo a prática, mas não a teoria. O que o CONTER faz para mudar a situação?
A Comissão de Educação do CONTER trabalha junto ao Ministério da Educação, via Conselho Nacional de Educação (CNE), e também com os Conselhos Estaduais, para que o currículo dos cursos de formação seja aperfeiçoado e passe a ter matérias mais específicas, voltadas à formação de profissionais capacitados para o mercado moderno. Uma de nossas prioridades é ampliar a carga horária dos cursos técnicos, consideramos mil e duzentas horas pouco tempo para assimilar os conhecimentos necessários para o desempenho da função. Esse tempo deveria ser utilizado apenas para a formação específica na área em que o estudante vai atuar. Em relação aos Tecnólogos, que já fazem um curso superior de três anos, um dos nossos objetivos é buscar cursos de pós-graduação em áreas específicas, com destaque para a pesquisa e a docência. Acreditamos que, a partir do momento em que tenhamos profissionais da área formados e envolvidos na educação, a formação de nossos profissionais evolui sensivelmente.

Em que patamar está à produção de pesquisa científica na área da Radiologia no Brasil?
Antes de responder à pergunta, acho que vale salientar que, em 2011, temos uma previsão de recursos exclusivos para financiar pesquisas científicas. Estamos adotando iniciativas consistentes, que mostram o compromisso do CONTER em apoiar as iniciativas dos cientistas brasileiros. Entretanto, é sensato avaliar que a produção científica brasileira na área ainda é incipiente. Temos que avançar muito para acompanhar os países que se destacam. A pesquisa científica, sobretudo sobre temas inéditos, é importante e precisa ser estimulada. Não temos, por exemplo, um levantamento dos malefícios causados aos trabalhadores pela radiação ionizante, o que é muito grave, pois sabemos que há riscos, mas não conseguimos mensurá-los. Também não há nenhum estudo sobre como estão sendo armazenados e sobre qual destino é dado aos rejeitos radioativos que, em muitos casos, são jogados em qualquer lugar. Isso decorre da falta de especialistas empenhados nas questões e isso é um problema de falta de financiamento público. Falta recurso para pesquisas.

Como a Senhora enxerga a abertura de novos mercados para os profissionais da área?
Valdelice Teodoro: Novos mercados existem e surgem a todo momento, principalmente, no setor industrial. Há inúmeros segmentos em que o profissional das técnicas radiológicas pode atuar, como a irradiação de alimentos, controle de bagagens nos aeroportos, controle de entrada e saída nos prédios públicos e nos presídios de segurança máxima, radiografia de gasodutos, sismografia, teste de peças de aviões, entre outras. Em síntese, penso que os profissionais precisam buscar espaço além do imaginável, não pensar apenas em “eu vou fazer tomografia, eu vou fazer ressonância magnética”. Essa visão tem que vir da escola, mas, infelizmente, isso não é via de regra, sobretudo, porque os professores não são profissionais da área. Então, cabe a categoria difundir a existência de um leque de oportunidades. O mercado é amplo, mas ainda é mal explorado.

Como fazer para obter mais informações sobre o Congresso?
Recentemente, o CONTER abriu sua conta no microblogging Twitter [www.twitter.com/ConterOficial]. Os internautas podem nos adicionar e tirar dúvidas sobre qualquer tema. Além disso, tem o site oficial do evento [www.congressoradiologia.com.br] e o site oficial do CONTER [www.conter.gov.br], onde há informações e telefones de todos os setores. Por e-mail, os associados podem entra em contato pelo conter@conter.gov.br.