CONTER Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia

O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) entregou ao Ministério da Educação (MEC) a proposta de diretrizes curriculares nacionais elaborada pela Coordenação Nacional de Educação (Conae) para os cursos Superiores de Tecnologia em Radiologia. É a primeira vez que um conselho de classe apresenta ao governo federal uma proposta desta natureza. A iniciativa inédita vai ser levada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) e ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para discussão e deliberação. Segundo especialistas, a implantação das novas diretrizes permitirá a qualificação e a uniformização da formação profissional em todo o país.   

 

A entrega da proposta foi oficializada nos dias 6 e 7 de fevereiro, durante audiências com a Câmara de Educação Superior do CNE e com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do MEC. Essa ainda não é a versão final do documento, o CONTER vai convidar mais pesquisadores, professores e especialistas de cada área para fechar os detalhes finais. Diante disso, o coordenador-geral de Políticas da Educação Profissional e Tecnológica (CGPE), Renato Braz de Araújo, exaltou a iniciativa e disse que o ministério vai trabalhar na interlocução com outros órgãos do governo para colocar o projeto em prática. “Vocês fizeram o que nenhum conselho jamais fez: vieram aqui e apresentaram uma proposta que consideram ideal para a formação da categoria que representam. Vamos levar essa iniciativa inédita a frente e trabalhar pela sua implantação”, disse.

 

As novas diretrizes curriculares vão ser apresentadas à 169 membros da comunidade acadêmica no próximo dia 6 de abril, durante seminário com os coordenadores de cursos Superiores de Tecnologia em Radiologia que será realizado pelo CONTER no Distrito Federal. Após o evento, será elaborada a versão final do documento, com a contribuição de todos. Segundo a presidente da Conae, a conselheira federal Silvia Karina, o evento vai servir tanto para socializar a nova matriz curricular quanto para definir os rumos da educação profissional no país. “A melhoria e a qualificação da formação profissional passa por todos os passos que estamos dando agora. A partir dessa filosofia, acredito que a nossa categoria vai encontrar melhores posições no mercado de trabalho”, pontua.  

 

Além de Silvia Karina, participaram da elaboração final do documento os/as conselheiro/as Sandoval Kehrle e Lúcia Helena Solha, bem como os professores Francisco Aparecido Cordão, Guilherme Oberto Rodrigues, João Alves dos Santos, Michelle Torquato, Paulo Wollinger e Ricardo Andreucci.

Além de fazer uma profunda pesquisa bibliográfica sobre a formação do tecnólogo, a Conae/CONTER levou em consideração as contribuições obtidas por meio da consulta pública realizada sobre o perfil profissional da categoria, em 2016. Mais de 521 estudantes, profissionais, professores e pesquisadores participaram do processo de construção da nova matriz curricular.

 

Para o presidente do CONTER, Manoel Benedito Viana Santos, a iniciativa mostra a disposição da instituição em dialogar com a sociedade para encontrar soluções eficazes nas áreas da educação e do trabalho. “Não somos apenas um órgão de fiscalização e controle, o conselho se tornou uma autarquia de informação e de transformação social também. A partir da nossa atuação e organização, além de manter o controle da profissão, podemos difundir boas práticas e contribuir com projetos estruturantes para a melhoria da qualidade de vida da categoria. É isso que buscamos”, assegura.  

 

As novas diretrizes curriculares nacionais trazem uma diferenciação nítida entre os técnicos e os tecnólogos em Radiologia, ou seja, determina de forma didática qual é o perfil profissional, os campos de atuação e as atividades que cada profissional pode exercer nos diversos setores da Radiologia.

 

O documento determina a formação necessária para atuação dos profissionais de nível superior na área da docência, da pesquisa aplicada, da proteção radiológica, do empreendedorismo e da gestão, além de definir a formação e as competências específicas nas áreas do radiodiagnóstico médico, odontológico e veterinário, da medicina nuclear, da radioterapia, da radiologia industrial, de inspeção e segurança, entre outros campos.