CONTER Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia

A vida do profissional na área de saúde não é fácil. Todos os dias, temos que lidar com pessoas diferentes, com a pressa dos outros e com as deficiências do sistema de saúde pública brasileiro. Entretanto, o radiologista é um tipo de profissional que não pode errar e que, mais que os outros, tem que se esforçar para manter o equilíbrio, até nas situações mais adversas.

A raiva existe e todo mundo sente. Mas, para nós, é melhor aprender a reagir quando ela aparece. Aqui estão algumas idéias para manejar a raiva e superar o comportamento explosivo:

A raiva não é sempre um mau sentimento
Aprendemos que a raiva ameaça o bem-estar e que manifestá-la pode ocasionar perdas e danos — para nós mesmos e para quem está próximo. É normal acreditar que reprimir esse sentimento é a melhor saída. No ambiente de trabalho, isso tem que ser aplicado. Mas isso não significa se omitir. Saber expressar um sentimento reprimido de forma educada pode ajudar.

O perigo de guardar o rancor para si em vez de conversar sobre o assunto
O medo de perder a conduta faz com que os profissionais se tornem passivos e interiorizem a raiva. Essa postura é terrível porque aumenta o estresse emocional e os níveis de rancor. Em casos graves, profissionais podem até entrar em depressão. Vale a pena conversar com a família, expressar seus sentimentos e botar para fora o que te faz mal. Ter com quem dividir o peso do dia a dia é fundamental.

Como usar a raiva de maneira positiva no trabalho
Para extrair o melhor da raiva, o primeiro passo é assumir o sentimento, admitir que ele existe e precisa ser controlado. Depois, é necessário entendê-lo: é uma raiva justa? O problema realmente existe ou é fruto da imaginação? Essas perguntas ajudam na racionalização do sentimento e no autoconhecimento. Se você concluir que tem razão de estar ofendido, encare a situação. Converse com o causador da raiva, mostre quais são seus limites e proponha alternativas para solucionar o problema. 

Reações emocionais no trabalho
A raiva tem força para impulsionar as pessoas: pode ajudar um profissional a repensar seus planos e a desenvolver novas alternativas. Mas é arriscado tomar decisões sob o efeito exclusivo dos sentimentos. Isso coloca em jogo a credibilidade do profissional, que, por deixar a razão de lado, pode ficar vulnerável e tomar decisões erradas. É preciso se acalmar antes de agir. Caso contrário, a expressão emocional pode parecer, aos olhos dos colegas, uma fragilidade.

As situações que mais estimulam a raiva
Segundo Vera Martins, autora do livro “Tenha Calma!”, os cinco gatilhos da raiva são:

1 Injustiça (levar a culpa por erros dos outros);
2 Falta de comprometimento (um colega que não cumpre prazos, por exemplo);
3 Falsidade (saber que um colega falou mal de outro pelas costas);
4 Traição (ter as promessas frustradas);
5 Falta de reconhecimento da sociedade.

O que fazer para não explodir com os colegas?
É um conselho antigo, mas valioso: respire fundo. Inspirar e expirar lentamente durante alguns minutos proporciona a oxigenação do cérebro e o relaxamento do sistema límbico, responsável pelas emoções. Se mesmo depois disso o nervosismo persistir, o melhor a fazer é pedir um tempo para tomar as decisões. Assim, a cabeça esfria, o raciocínio volta ao normal e o profissional não corre o risco de cometer erros por causa de emoções mal trabalhadas.

Como um clima de trabalho ruim pode interferir no surgimento da raiva do profissional?
A raiva aparece quando a pessoa sente que estão violando suas crenças internas. Quanto mais ameaçador for o ambiente de trabalho, mais propício para o surgimento da emoção.